O que é ser forte na travessia do luto em uma sociedade que nos conduz a anestesiar o sentir?
Quando nos referimos ao luto perinatal, a pressão por anestesiarmos o nosso sentir se torna ainda mais intensa, uma vez que os espaços de escuta e acolhimento ainda são restritos.
Em diversos ambientes há um silenciamento que grita alto para quem vivencia uma perda com esta dimensão real e simbólica.
Já perguntou para uma mãe ou um pai como foi o retorno ao trabalho após a licença maternidade/paternidade?
Sendo assim, a força está exatamente em sentir e vivenciar o luto tal como ele é, caminhando na contramão do que a sociedade direciona, o que não é uma tarefa fácil diante da imensidão da dor da perda.
Fazendo um recorte de gênero, percebe-se que para alguns homens, vivenciar a dolorosa travessia do luto pode ser ainda mais desafiador e solitário, visto que, demonstrar sentimentos e expressar emoções é visto culturalmente como fraqueza.
Permitir-se sentir tudo que o luto impõe, talvez seja a maior demonstração de força que se possa expressar diante da perda. E você, o que acha que é ser forte diante da perda de um filho?
Poliana Melo
@polianamelo_psicologa
